EDITORIAL Mônica Campos Caros leitores, é com alegria que chegamos ao 25º Cien digital. Um…
Editorial – Novembro 2013
Maria Rita Guimarães
Caro leitor e amigo do Cien Digital,
Inclua-se! Não fique por fora da leitura deste número do Cien Digital!
Comemoramos o número 15 com visual novo, navegabilidade fácil, mais atual, mais ágil! Tudo isso pela competência de Dario de Moura que não poupou horas de trabalho e insuperável paciência na tarefa de repaginação do Cien Digital. Manifestamos aqui nossos sempre insuficientes agradecimentos.
Cien Digital chega assim, renovado e bonito para realçar seu propósito: constituir-se como espaço que permita, a cada Laboratório do CIEN, a etapa necessária ao trabalho de pesquisas e intervenções que é próprio ao CIEN _valer-se da via da escrita para cernir o real em causa na experiência. CIEN Digital, a cada número, reafirma, portanto, sua vocação de ser o boletim eletrônico do real.
Você encontrará, certamente, uma rubrica que lhe agradará, no conteúdo que agora lhe entregamos.
Interessou-se pelo Argumento da Jornada Internacional do Cien que se realizará em 20 de novembro de 2013, em Buenos Aires, publicado no CIEN Digital 14? Neste número 15 poderá ler dois recortes desse Argumento, escritos pela Comissão organizadora da Jornada – na perspectiva etimológica da palavra Argumentum: Argu oferece-nos o sentido de “iluminar” e constatamos como tal cintilação, metodicamente adotada naqueles parágrafos, leva-nos “ao ponto fundamental do CIEN: um vazio de saber onde se experimenta a eficácia de uma Conversação”.
Estávamos ansiosos para que Celio Garcia compartilhasse conosco sobre sua escuta da frase que colocou em circulação e sobre a qual o CIEN se detém para avançar na reflexão e prática. É nessa rubrica que Célio generosamente nos brinda com seu pensamento: “Começo pela expressão me inclui fora dessa. A periferia como lugar de memória do jovem infrator, onde dá prova de grande criatividade. ” Esta frase anuncia a marca orientadora com a qual Celio Garcia nos ajuda a suportar os impasses, a sustentar a política ensinada por Lacan, rumo ao real.
Ainda na Apresentação temos uma alegre notícia para partilhar com você: Fernanda Otoni, coordenadora da Comissão do CIEN no Brasil apresenta-nos o livro: Crianças falam! E têm o que dizer! , dedicado ao relato das experiências do CIEN no Brasil. Deixemos as palavras de Fernanda: “No embalo desse entusiasmo, com muito prazer apresento ao leitor pedacinhos dessa obra recheada com o desejo de CIEN.”
Estamos seguros de que gostará muito de ler, difundir, presentear os amigos com o livro do CIEN!
O desejo de CIEN implica uma política que nos exige rigor frente à “envergadura totalitária” do projeto de avaliação, classificação e determinação biológica a tudo aquilo que “nos ocorra como sujeitos, como humanos, ou melhor, como “trouhumanos” – usando um neologismo lacaniano que condensa trauma, buraco (trou, em francês). ” Encontramos em Hífen um estudo claro e vigoroso dessa questão elaborado por Mercedes de Francisco, psicanalista membro da Escola Lacaniana de Psicanálise do Campo Freudiano e da Associação Mundial de Psicanálise.
Simone Bianchi EntreVista Philippe Lacadée que nos convida a um passeio… diretamente ao real, à escrita do real de Robert Walser. Autor do livro Robert Walser, o passeador Irônico, Lacadée, respondendo às questões que lhe foram formuladas, introduz-nos à leitura que faz da obra /vida de Walser que tem na escrita a sua bússola inventada.
LABOR(a)tórios demonstram o laborare da pesquisa e do encontro com os sujeitos que, em ambas atividades, por meio das Conversações, são acolhidos em sua palavra. Além disso, o ato da escrita que tenta apresentar, da maneira mais viva, os significantes do CIEN, transmite, de modo simples, a difícil tarefa que lhe cabe: “ler” a civilização a partir da lógica que contraria a poderosa inclinação reinante em verter no universal toda singularidade do sujeito. Os trabalhos “Das nuvens ao que sai do corpo rumo ao que só se inclui por fora”, “Me inclui fora dessa: o analista e o lugar do saber”, “Etiquetagem e apagamento das invenções singulares”, “Do “nada” fez-se Tutti”, mostram-nos isso.
Órbita não poderia estar melhor! Rômulo Ferreira da Silva, após aproximar o CIEN à prática dos cartéis, ensina-nos quais as bússolas que ele pode inventar em seu percurso de vida, revisitadas por ele recentemente, diante do dispositivo do passe. Rômulo recorta sua rica experiência de vida em três momentos do dizer: “Me inclui fora dessa”. Um ensinamento para todos nós!
Marisa Nubile, a partir de sua experiência na área educacional elabora os efeitos nela provocados pelo documentário A Infância sob controle, realizado por Marie-Pierre Jaury. Duas perguntas orientam seu trabalho: “O que o educador tem a ver com aqueles discursos?” e “Em que medida a escola é tocada pelas argumentações dos especialistas?”. Uma elaboração entre as relações entre os diversos discursos nos quais prepondera “o cientificismo que promete explicar o inexplicável e curar o incurável” e a nossa questão humana, como trouhumanos que somos. Leia no CineCien!
Boa leitura!