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Pais exasperados – crianças terríveis[1]

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Daniel Roy[2]
Construção Crepúsculo Urbano – Foto gratuita no Pixabay

Este é o título que Jacques-Alain Miller nos propõe para a nossa próxima Jornada do Instituto Psicanalítico da Criança.

É um título à altura da época, que não é um jargão hermético. Ele ressoa com uma realidade bem cotidiana no que diz respeito às relações dos pais e das crianças deste nosso século. Ele também nos diz respeito na medida em que estamos envolvidos nisso. Esse título nos convoca a seguir o fio do questionamento de Lacan no final de seu ensino, em dezembro de 1976: “Ela está, sim ou não, fundamentada, essa relação da criança com os pais?”[3]

Como isso está fundamentado para Nina, de 4 anos, que vem para uma consulta “por que não dou ouvidos à mamãe e ao papai”, diz ela? Eles dizem de sua filha: “ela tem crises”. Ela grita e atira seus objetos, “um verdadeiro tornado”. Punir, falar com ela, nada adianta, “ela não dá ouvidos às ordens.” A mãe se culpa por “ter estragado sua filha” e nota as dificuldades de Nina em se separar dela em quaisquer circunstâncias.

E para Maxence, 3 anos e 7 meses, que não para com as birras, como fazer? “Na família, não conseguimos lidar com ele, ele quer nos organizar!” Ainda bebê, seus gritos eram insuportáveis para seus pais, que não conseguiam acalmá-lo. Nos primeiros encontros, Maxence permanecerá muito colado à mãe, fazendo um uso ilimitado do corpo dela. Maxence não tem um ursinho de pelúcia? “Mas, sou eu!”, sua mãe responderá.

Destes dois encontros e de tantos outros, deduz-se uma perspectiva precisa: as crises, os ataques de raiva, a criança que não escuta, com a qual os pais não conseguem lidar, se esgotando completamente ao fazê-lo, podemos considerar tudo isso como o princípio organizador da família. Além disso, esses significantes, e outros, tornaram-se realmente o que funda uma relação direta e sem mediação da criança com os pais, na medida em que esses significantes realizam um aglomerado de corpos em presença e concentram a atenção e a libido de todos.

Não é a família que está em crise, é a crise que se encontra no próprio fundamento da família: tal é o novo princípio da família pós-moderna. A “criança-terrível” aparece aí como um condensador de gozo para cada um. Todos à beira de um ataque de nervos. Este é o caldeirão em que somos convidados a mergulhar.

Famílias / Transmissões

A família do século XXI não é mais a família dita tradicional ou patriarcal, nem a família conjugal do século passado. Ela é uma nova resposta ao enigma da transmissão que está no cerne desta “formação humana”.

Em 1938, em seu texto “Os Complexos familiares na formação do indivíduo”, a “família moderna”[4] é para Lacan o produto “de uma profunda reorganização”[5] que não é de forma alguma uma simplificação em direção a uma unidade social elementar (pai, mãe, filhos), mas “uma contração da instituição familiar”[6], “sob a influência prevalente do casamento”[7] e ele adota o termo “família conjugal”[8], retirado de Durkheim.

Esta reorganização tem a consequência direta de fazer aparecer toda uma nova dimensão da transmissão, que Lacan destaca em 1969, em sua Nota sobre a criança: “A função de resíduo exercida (e, ao mesmo tempo, mantida) pela família conjugal na evolução das sociedades, destaca a irredutibilidade de uma transmissão […] que é de uma constituição subjetiva, implicando a relação com um desejo que não seja anônimo”[9].

A transmissão não é mais aqui a transmissão automática de um nome e de uma autoridade. Ela só existe vinculada a um desejo, enquanto encarnado, seja pela via de uma falta, seja pela da nomeação na palavra. Há, aí, uma mudança de “eixo da função significante ligada ao termo família”[10].

Nesta configuração, se desenharmos dois círculos que se sobrepõem parcialmente e, se escrevermos em um dos círculos os dois significantes de “pai” e “mãe”, e no outro o de “criança”, podemos, então, escrever em sua intersecção, com o significante “desejo”, os dois nomes de falta e de nomeação. Percebemos, assim, a parte que se trama neste lugar, ao mesmo tempo traço de união (hífen) e espaço de separação, onde virá se alojar o sintoma da criança, como Lacan o indica na sequência de sua “Nota sobre a criança”.

Mas a família daqui em diante está imersa no banho de nossa civilização, onde os objetos provindos da tecnologia, os objetos mais-de-gozar, assumiram a autoridade e fundam a lei para todas as formas do ideal. O gozo está aí em primeiro lugar. Em um de seus últimos seminários, em 10 de junho de 1980, e intitulado por J.-A. Miller, “O mal-entendido”, Lacan extrai as consequências disso e evoca “dois falantes que não falam a mesma língua […] Dois que se conjuram para a reprodução, mas por um mal-entendido realizado”[11]
e que, ao dar a vida, transmitem esse mal-entendido. Trata-se de um mal-entendido que incide sobre o gozo e que se enraíza nas “algaravias (bafouillage) dos seus ascendentes”, do qual o corpo novo de falante faz parte. O anúncio do nascimento é essa algaravia em que se aloja o gozo, mal-entendido estrutural. Então, vamos colocar “dois falantes” em um dos círculos, deixar “criança” no outro, e colocar (inscrever) na interseção, o gozo cercado por seu mal-entendido e pelas algaravias. O real do gozo vem, assim, “se imprimir” por debaixo na trama do discurso e dar uma nova perspectiva ao sintoma, aquela de um real irredutível entre pais e crianças que os une e os separa, “a um ponto de “não se fala disso”[12], presente em cada família.

Famílias / Disfuncionamentos

Eis, então, a atual família resíduo: um conjunto formado pela reunião, no sentido matemático, de dois conjuntos, o dos “pais”, de dois falantes, de um lado e o das “crianças”, do outro. A interseção, sendo constituída pelo que eles têm em comum, ou seja, mal-entendido e algaravia sobre o gozo dos corpos, transmitidos por meio de desejos encarnados, no melhor dos casos. Essa estrutura é suficiente para dar conta da incrível diversidade sociológica das famílias atuais e da grande variedade de tipos de pais e tipos de crianças que elas reúnem, como constatamos em nossas práticas. Mas, o que passa despercebido é que “família” não é mais um significante dado de antemão como inscrito no simbólico, seja por filiação ou por aliança. Esta inscrição é a parte que retorna a cada um dos falasseres, na medida em que eles fazem – ou não – existir a função significante da família, ali onde se impõe sua função de gozo, essa disjunção que muitas vezes faz vir, ao primeiro plano, a função imaginária da família.

Pássaro Esgrima Bico – Foto gratuita no Pixabay

É nessa inconsistência da família pós-moderna, quanto ao simbólico, que penetram os discursos de ajuda aos pais e de remediação cognitiva e comportamental, a fim de rastrear disfunções. Eles vêm atualmente sustentar os ideais da família, explorando a discrepância inevitável entre a “criança-perfeita” e a “criança-terrível”, entre a criança-falo prometida pelo ideal e a criança-objeto, ser de gozo. Essa divisão marca uma mulher ou um homem quando eles se tornam “pai” ou “mãe”. Ela vem “exasperar” em cada um deles, a tensão entre a mais-valia que conta com o acesso a esses significantes mestres e o efeito de castração que, por sua vez, é registrado como perda, se não como falta.

Ao não ser tomada por um dizer singular, essa divisão, então sentida como insuportável, é projetada sobre a criança que assume os traços de um ser enganador e cuja presença custa tempo, energia, dinheiro etc. O coaching parental, o suporte aos pais, enquanto práticas de discurso, asseguram o “serviço de pós-venda” da agência-mestre da família: colocando palavras no sofrimento, dando sentido, ensinando a lidar com as emoções, segundo a vulgata atual. Esses sintagmas de agora em diante ocupam seu lugar no discurso corrente, assim como certos termos “pseudocientíficos” elaborados por especialistas. Substituindo-se aos significantes particularizados que se transmite na língua falada nesse tal grupo familiar, eles fazem consistir os laços de dependência.

Nesta zona de alienação significante, fica ocultado o que circula como desejo e o que se deposita como gozo em jogo, para cada um dos parceiros. Na verdade, é nessa intersecção, que o mínimo processo de separação se funda, dos desmames da infância até as aventuras tumultuadas da adolescência.

Depende disso a possibilidade de uma criança decifrar as coordenadas do lugar que ela ocupa para seus pais como “causa de seu desejo” e como “dejeto de seus gozos”[13]. Essa decifração, uma criança a faz com os significantes que ela recolhe, que assumem o valor singular do gozo pulsional que os lastreia. Essa é a função privilegiada do jogo da criança, que enlaça, em torno do objeto indizível, as extremidades de corpo, fiapos de gozo e fragmentos de discurso. Este objeto é a válvula que abre, entreabre ou fecha o espaço para uma separação.

Quando este objeto não tem lugar subjetivamente como causa de desejo e resto de gozo, ele se encarna na criança terrível, que “não ouve nada”, “que só faz o que lhe dá na telha”, “tem uma crise”, “impede a todos de dormir”. Os conselhos de orientação dos pais, assim como os diagnósticos de tipo médico, se somam às queixas dos pais e às manifestações sintomáticas da criança e desencadeiam o poder de angústia do objeto a. Essa presença não reconhecida, que assombra o sintoma da criança-terrível, passa a questionar cada um dos pais sobre “a verdade do par parental”[14], exaspera o lugar que um filho pode ocupar “como objeto a na fantasia”[15] de cada um. Essa presença também aterroriza a “criança-terrível”, sob diversas formas fantasmáticas e de pesadelo.

Assim, o disfuncionamento não é o que se acredita, ele não se relaciona com um mau arranjo dos papéis parentais ou das relações pais-crianças, nem com o mau funcionamento de uma função psíquica ou cognitiva. O disfuncionamento consiste em não querer saber que a família já é um modo de tratamento do gozo dos corpos falantes presentes, que não responde a nenhum ideal, mas que é, antes, da ordem de uma “religião privada”, da qual ignoramos tudo quando encontramos pais e filhos e da qual temos tudo a aprender sobre as regras que ali se aplicam, os ritos que ali se celebram, os pequenos deuses que ali reinam. Mais fundamentalmente, temos que aprender a língua que ali é falada, sua gramática, seu vocabulário. Estamos, portanto, mais próximos da posição da criança, buscando decifrar os enigmas, dar conta do valor de gozo das palavras, dos atos e dos objetos que circulam e dar a cada um, a parte que lhe cabe. Descompactar “a família holófrase”[16], de alguma forma, sem uma grade de avaliação ou um modelo ideal.

Famílias / Equívocos – bévues

Ao contrário das evidências antropológicas, parece que a família não se enquadra, de forma alguma, em uma lógica do universal e que ela, daqui em diante, entrou em uma lógica do não-todo. Isso condiciona nosso acolhimento dos sintomas das crianças e das queixas e preocupações dos pais. Não podemos mais colocar no princípio de nossa intervenção que para todos os seres falantes, a família é uma função, com o que isso implica que exista um, que seja o pai, a mãe, ou os pais, ou mesmo o especialista ou o coach, que seria seu fundador ou o mantenedor e que, em função disso, ficaria de fora. Deve-se acrescentar que a própria criança é, muitas vezes, localizada, pelos pais, no lugar daquele que funda a família. Sabemos por experiência, que todas essas configurações produzem efeitos potencialmente devastadores para os membros dessa família.

Nós partimos, portanto, de outro ponto de vista, colocando que não existe ser falante que não seja de uma família, o que abre muitas perspectivas a todos aqueles que estão em posição delicada com sua família ou que se consideram “sem família”, mas também para todos os outros. Para cada criança, protegida ou abandonada, há possibilidades de “bricolagens”. Respondendo a uma lógica do não-todo, a instituição “família” oferece outros recursos: aqueles, para a criança, de ser não-toda dependente das identificações familiares, não-toda dependente do amor, filial e parental, ou seja, ser capaz de explorar seus lados menos amáveis. E isso também se aplica aos seus “parceiros no jogo da vida”, pai, mãe, padrasto, madrasta e outros “familiares”.

Talvez agora tenhamos voz e espírito mais livres para enfrentar a criança-terrível, o hiperativo, os dis[17], aquele que morde, aquele que não dorme e seus pais exasperados, em pânico ou desesperados. Podemos acompanhar aqui, o desenvolvimento feito por J.-A. Miller em seu curso “Peças soltas” de 19 de janeiro de 2005, sobre “a questão do exercício da psicanálise na época da leveza”[18]. Ele faz valer que face a este “domínio da leveza”, que visa reduzir o sujeito de sua particularidade a um universal, a psicanálise não precisa entrar “em uma competição de poder terapêutico”[19], na medida em que, com Lacan, ela é a única a levar em conta o lugar do objeto a, tanto como causa do desejo, como mais-gozar, mas igualmente como consistência lógica, como um real “produto do simbólico”[20]. Ele nos incentiva a assumir um ponto de vista “pragmático e de quem faz bricolagem”[21] que consiste em buscar com os sujeitos, os significantes, os S1 que “ajudam a tornar o gozo legível”[22] e que, portanto, “ajudam a tornar legível a história”[23].

Mas, todas as situações que encontramos não respondem a esta dialética que permite instalar “o aparelho de decifrar da psicanálise”[24]. Há aquelas para as quais devemos considerar que, no seio da exasperação de pais exasperados e do terror dos filhos terríveis, se aloja “um gozo ilegível”[25], que só pode permanecer uma “letra velada’, o que significa que temos que respeitá-lo neste lugar, que não temos que procurar reduzi-lo, anulá-lo, interpretá-lo.

Devemos, portanto, levar em conta, essa “economia do gozo” própria a uma família.

Navio Colher Mar – Foto gratuita no Pixabay

Para tanto, o uso do termo equívoco (bévue), de um equívoco (une-bévue)[26], introduzido por Lacan em seu Seminário XXIV, é inestimável para nós aqui, na medida em que amplia o conceito de inconsciente freudiano, enfatizando aí o traço de uma passagem: algo aconteceu, um relâmpago chegou. Um equívoco, não há nada mais próximo, no ser falante, para fazer signo do acontecimento contingente. Não são novas significações que se trata de isolar, mas, a partir de um equívoco (une bévue), “na medida em que cada um, a cada instante, dá uma mãozinha à língua que fala”[27]. Lacan indica “que não há nada mais difícil de apreender do que esse traço do equívoco, pelo qual traduzo o Unbewusst, que significa inconsciente em alemão. Mas, traduzido como um equívoco, significa outra coisa – um obstáculo, um tropeço, um deslizamento de palavra a palavra”[28].

O um-equívoco é um traço que Lacan equipara ao traço unário, como a única coisa que faz Um em um mundo onde “todos não têm nenhum traço comum”[29]. O único traço comum é ser marcado com o traço do um-equívoco. As “besteiras” das crianças, os seus vários tropeços, encontram aí, uma luz renovada!

Então isso nos interessa muito, porque nos coloca de cara com a taxionomia dos distúrbios da infância: distúrbio da linguagem, da atenção, disforia de gênero, distúrbio das condutas, do comportamento, distúrbios dos esfíncteres. Eis todas as principais funções do corpo falante, já ordenadas pelo discurso biopsicossocial da OMS[30], que todas elas entram no traço do um-equívoco. O “distúrbio” é um traço do um-equívoco, mas acolhido, sem o recurso de um véu sobre a letra, por alguém que se confere o atributo do saber, e por este fato impede que Um encerrado no traço do um-equívoco vá em busca de seu Outro. Esta é, de fato, a única maneira de saber que ele não estava escrito ali, e que, portanto, ele não faz destino.

Para nós, isso abre duas maneiras de fazer as coisas: acolher, como traço do um-equívoco, as diversas desordens, distúrbios, a partir do momento em que eles são colhidos em um discurso e, assim, permitir que esses significantes se emitam para outros significantes. É a invenção do inconsciente no sentido freudiano, sempre atual. Mas, a outra manobra que podemos designar com uma palavra que Lacan tomou emprestado do pequeno Hans, “isso consiste em servir-se de uma palavra para um uso diferente daquele para o qual é feita, nós a amarrotamos um pouco e é neste amarrotamento que reside o seu efeito operativo”[31]. Assim, ou amarrotamos para deter a hemorragia ou visamos o relâmpago, esse é o efeito ao qual, às vezes, a poesia ou o dito espirituoso alcançam.

Sugiro que retenhamos deste percurso, que o traço de união (hífen) entre pais exasperados e filhos terríveis não se enquadra nem na dimensão da transmissão, nem num veredito de disfunção, mas que ele não é nada mais que esse traço do um-equívoco que sulca a família. Esse Um-equívoco que, sozinho, pode fundar essa relação da criança com os pais e dos pais com as crianças que, com Lacan, interrogamos no início.

O equívoco contra a norma, sim, é possível.

 

Tradução: Cristina Vidigal.
Revisão: Cristina Drummond e Mª Cristina Maia Fernandes.

[1] Texto publicado no Zapresse em direção às JIE7, pronunciado no dia 13 de março de 2021, por ocasião do encerramento 6ª Jornada do Institut de l’Enfant. Editado por Frédérique Bouvet e Isabelle Magne. Original disponível em: https://institut-enfant.fr/wp-content/uploads/2021/01/PARENTS_EXASPERES.pdf Também disponível em Rayuela. Publicación virtual de la Nueva Red Cereda América, n 9, novembro de 2022.
[2] Secretário Geral do Institut Psychanalytique de l’Enfant.
[3] LACAN J., Le Séminaire, Livre 24, L’insu que sait de l’Une-bévue s’aile à mourre, leçon du 14 décembre 1976, ¿Ornicar?, no 12/13, décembre 1977, p. 14.
[4] LACAN J., Os complexos familiares na formação do indivíduo. Outros Escritos, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003, p. 32.
[5] Ibid.
[6] Ibid.
[7] Ibid.
[8] Ibid.
[9] LACAN J., Nota sobre a criança. In Outros Escritos, op. cit., p. 369.
[10] LACAN J., O Seminário, Livro 5, As formações do inconsciente, texto estabelecido por J.-A. Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1999, p. 59.
[11] LACAN J., O mal-entendido. In Opção Lacaniana nº 72, março de 2016, p. 11.
[12] MILLER J.-A., Assuntos de família no inconsciente. In: Asephallus, Revista eletrônica do Núcleo Sephora, v. 2 nº 4, maio a outubro, 2007.
[13] MILLER J.-A., Préface. In L’inconscient de l’enfant. Du symptôme au désir de savoir, Bonnaud H., Paris, Navarin / Le Champ freudien, 2013, p. 11.
[14] LACAN J., Nota sobre a criança, op. cit, p. 369.
[15] Ibid.
[16] Cf. LAURENT È., Institution du fantasme, fantasmes de l’institution, Les feuillets du Courtil, nº 4, efin 1992, p. 9.
[17] N.T.: Dys em francês faz referência aos distúrbios e disfunções da linguagem e da aprendizagem como são nomeados os sintomas no DSM: dislalia, dislexia, disfagias, dispraxias. Mais recentemente nessa sequência foi incluída a disforia de gênero para nomear as singularidades de respostas no campo do sexual.
[18] MILLER J.-A., Piezas Sueltas, Buenos Aires: Paidós, 2013, p. 102.
[19] Ibid.
[20] Ibid., p. 109.
[21] Ibid., p. 115.
[22] Ibid.
[23] Ibid.
[24] Ibid., p. 114.
[25] Ibid., p. 113.
[26]  LACAN J., Le Séminaire, Livre 24, L’insu que sait de l’Une-bévue s’aile à mourre, leçons du 10 et du 17 mai 1977, Ornicar ?, nº 17/18, Printemps 1979, p. 16-23.
[27] LACAN J., O Seminário, Livro 23, O Sinthoma, texto estabelecido por J.-A. Miller, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2007, p. 129.
[28] LACAN J., Le Séminaire, Livre 24, L’insu que sait de l’Une-bévue s’aile à mourre, op. cit.p. 18.
[29]  Ibid.
[30]  A OMS define e divulga “uma família de classificações” para definir as duas dimensões de estados disfuncionais e comportamentos disfuncionais: por um lado o CID, Classificação Internacional de Doenças, por outro a CIF, Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, disponível no site da OMS (https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/42418/9242545422_fre.pdf)
[31]  LACAN J., Le Séminaire, Livre 24, «L’insu que sait de l’Une-bévue s’aile à mourre», op. cit., p. 21.
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