EDITORIAL Mônica Campos Caros leitores, é com alegria que chegamos ao 25º Cien digital. Um…
Editorial – Outubro 2016
Maria Rita Guimarães
Caro leitor e amigo do Cien Digital,
Este número que agora lhe oferecemos, consagra-se a nos levar por trilhas poéticas e, às vezes, também tortuosas, ao redor dos significantes convocados pelo tema da adolescência: desejo, solidão, laço social. São significantes presentes nos títulos do XXI Encontro Brasileiro do Campo Freudiano – Adolescência, idade do desejo , cujas informações você encontrará no link: http://www.encontrobrasileiro2016.org e da V Manhã de trabalhos do Cien Brasil, Adolescência, Solidão e Laço _ informações, além do site, aqui mesmo! Fazemos-lhe o convite para que se agende já, inscreva-se e esteja conosco em São Paulo em novembro deste ano.
Você decide por onde começar o percurso, mas uma pista é você se deixar guiar pela frase de Jacqueline Dheret, nossa entrevistada: A marca da adolescência é o mais fora da norma de cada um que emerge e que ainda não tomou a forma de sintoma.
Até encontrá-la, leia Biografia não autorizada de um jovem infrator, escrita por nosso querido consultor Célio Garcia, sempre atento e dedicado aos temas dos jovens, sobretudo naquilo que podemos situar como “fora da norma de cada um”. É o ponto essencial do trabalho feito pelo CIEN. O texto de Síglia Leão é orientador em relação à ética dessa prática que visa a possibilidade de abertura ao desejo do sujeito em questão.
A precipitação das mudanças corporais, tudo aquilo que se desorganiza pela irrupção pulsional, evoca o lugar privilegiado que assume o corpo na passagem pela puberdade/adolescência, mais além da importância do espelho. Alexandre Stevens considera várias modalidades de Fazer-se um corpo na adolescência, valendo-se de Joyce, Rothko e Balzac. Parada obrigatória!
LABOR(a)tórios de Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo apresentam as reflexões que sustentam o desejo circulante na prática do CIEN. É nesse espaço de entusiasmo rigoroso e levando em conta as soluções aliviadoras e/ou mortíferas/adormecedoras, que os adolescentes inventam para irem da solidão estrutural ao laço social/sexual, que os trabalhos de Ely Silva, Nádia Laguárdia /Claudia Generoso e Margaret Diniz, cada um à sua maneira, devem ser lidos em Contribuições. O Cien Brasil compreendeu logo de início que a narrativa fílmica sempre flertou com o tempo de travessia do ser falante, no intuito de presentificar o sintoma que a adolescência pode incarnar em nosssa sociedade. Cinecien se ocupa de trazer para o debate as manifestações sintomáticas manifestas no despertar da sexualidade e quais os discursos presentes na abordagem do gozo em foco. XXY é um filme argentino, de 2007. Trata-se de Alex, adolescente de 15 anos, que possui os caracteres primários masculinos e femininos: a intersexualidade é seu segredo assim como o de sua família. Comentários sobre o filme e sobre a Conversação que se seguiu à exibição? Vai lá, na rubrica Cinecien! E também se fala de XXY no Ponto de Vista, texto que costura a proposta de pesquisa do Cien em andamento no semestre – O que é ser homem? – tecendo os pontos : eleição de sexo, eleição de gozo.
Boa leitura!