Skip to content

Argumentum, fazendo brilhar o recorte

image_print
Enrico Castellani, Superficie grigia, 2002
Graciela Chester
Beatriz Udenio

Como abrir possibilidades, nos diversos lugares que habitualmente recebem as crianças e os jovens_ escola, clube, família, outros_ a que os adultos se mostrem atentos, sensíveis ao discernimento dessas modalidades de recusa, convidando, esperando que se aproximem, cada um a seu modo, para construir sua própria maneira de fazer, aquela com a qual irá nortear sua vida?(Extrato do Argumento para a Jornada do CIEN, 20 de novembro de 2013.)

A que chamamos adultos atentos, sensíveis ao discernimento das modalidades de recusa, que convidam a que cada um construa sua maneira de fazer?

A experiência dos laboratórios do CIEN e daquilo que ali se cozinha – como gostamos de dizer – converte-se numa vasilha de achados.

Porque a surpresa não vem somente quando uma criança “nos faz chegar” sua invenção, para que saibamos lê-la como tal. Essa surpresa é uma sacudidela e nos envolve ainda mais, quando isso que chamamos “a atenção sensível do adulto” nos leva a nos desalojarmos do costume, do habitual, das referências que nos guiaram tradicionalmente.

Porque a recusa não é exercida somente sobre a criança: quantas vezes é exercida sobre os adultos que dão um lugar a estes inventos, fora dos circuitos chamados convencionais? Entende-se por esses circuitos tradicionais os modos sustentados na ordem dos ideais, cuja bússola já não nos orienta como antes.

Por esse motivo, leva-nos a analisar o impacto que teve essa experiência para cada pessoa que por ela passou, mas também nos empurra à fonte, uma e outra vez, ao ponto fundamental do CIEN: um vazio de saber onde se experimenta a eficácia de uma Conversação.

Beatriz Udenio

Detenho-me na frase que recortei do argumento da Jornada do CIEN.

Duas coisas me convidam a um esclarecimento.

Uma, que saber advertir implica ouvir, e que ouvir não é apenas uma operação de escuta de palavras audíveis. Ouvir introduz a possibilidade de escutar os ruídos, os estrondos, os barulhos, mas também o que “ressoa” nos corpos inquietos, trovejante, fustigando, “à flor da pele”. Ouvir se torna leitura de signos no audível ou naquilo que nos é dado a ver.

Back To Top